IPCA registrou alta em Fevereiro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,23% em fevereiro de 2025, um aumento significativo de 1,12 ponto percentual em relação a janeiro, quando a taxa ficou em 0,11%. Essa é a maior elevação desde abril de 2022, refletindo pressões inflacionárias em diversos setores da economia. Em 12 meses, o índice acumula alta de 4,96%, acima dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2024, o IPCA-15 foi de 0,78%. Os resultados foram divulgados na terça-feira, 25, pelo IBGE.

Principais fatores que impulsionaram a inflação

A princípio, a elevação do IPCA foi influenciada, principalmente, por alguns setores essenciais:

1. Educação – alta de 4,78% e 0,29 p.p.

  • O reajuste das mensalidades escolares no início do ano teve grande impacto na inflação de fevereiro.
  • Cursos de ensino superior e ensino fundamental foram os principais responsáveis pela alta.

2. Transportes –  teve alta de 0,44%

  • impactado pelo aumento dos combustíveis (1,88%), com destaque para etanol (3,22%), óleo diesel (2,42%) e gasolina (1,71%). O gás veicular, por outro lado, caiu 0,41%.
  • Por outro lado, as passagens aéreas registraram queda expressiva de 20,42%, aliviando um pouco o impacto da inflação no setor.
  • O preço dos combustíveis também subiu, elevando o custo do transporte público e privado.

3. Alimentação – desaceleração de 0,61% – IBGE

  • A alimentação no domícilio subiu menos do que o esperado, reduzindo o impacto geral do setor.
  • Produtos como arroz e leite tiveram leve queda, mas carnes e hortaliças pressionaram os preços para cima.

4. Energia e habitação – alta de 4,34% e impacto de 0,63 ponto percentual (p.p) 

  • O aumento nas tarifas de energia elétrica impactou diretamente a inflação.
  • Aluguéis e taxas condominiais também registraram avanço no período.

As taxas negativas ficaram por conta dos grupos Vestuário (-0,08% e 0,00 p.p) e Comunicação (-0,06% e 0,00 p.p).

Maiores e menores altas regionais

À primeira vista, a inflação variou entre as regiões brasileiras. Algumas cidades, sobretudo, tiveram impacto maior do que outras. Veja a seguir onde IPCA registrou alta maio e menos:

  • Maior alta: Recife (1,49%), impulsionada pela alta da energia elétrica residencial (14,78%) e da gasolina (3,74%)..
  • Menor alta: Goiânia apresentou o menor aumento da inflação, com variação de 0,99%, beneficiada pela queda nas passagens aéreas (-26,67%) e no arroz (-2,67%).

Perspectivas para os próximos anos

Apesar da aceleração, o BTG Pactual ajustou sua previsão para o IPCA de fevereiro de 1,38% para 1,30%, após a inflação subir menos do que o esperado. O IPCA-15, considerado uma prévia do indicador, teve alta de 1,23% no mês, acumulando 4,96% em 12 meses. Além disso, a expectativa do mercado era de 1,35% no mês e 5,07% no acumulado anual, conforme levantamento do Money Times. Além disso, BTG Pactual projeta um IPCA de 5,7% para o fechamento de 2025 e 4,4% para 2026. A expectativa é que a inflação se mantenha pressionada no curto prazo, mas comece a desacelerar ao longo dos próximos meses.

Conclusão

Em síntese, o IPCA de fevereiro de 2025 surpreendeu ao registrar a maior alta desde abril de 2022. O ajuste das projeções do BTG Pactual reflete a influência de setores específicos, como educação e transportes. Apesar da inflação elevada no curto prazo, as projeções indicam uma tendência de queda nos próximos anos, caso medidas econômicas eficazes sejam implementadas.

por Mano Graal