Real tem melhor performance trimestral

Entre janeiro e março de 2025, o real se destacou no cenário cambial internacional. Com uma valorização de 7,27% frente ao dólar, essa foi a melhor performance trimestral da moeda brasileira desde 2022 e a quarta maior desde 2020. O movimento surpreendeu parte do mercado, que esperava maior pressão sobre moedas emergentes devido à volatilidade global. No entanto, uma combinação de fatores externos e internos favoreceu o real. Esse resultado positivo reflete uma mudança no apetite ao risco, nos fluxos internacionais de capital e nas políticas monetárias globais, além de reforçar a confiança no Brasil como destino de investimento.

Contexto histórico: a relevância da taxa Ptax

A taxa Ptax é uma média das taxas de câmbio apuradas pelo Banco Central em quatro momentos do dia, usada como referência para contratos futuros, derivativos e liquidações cambiais. Ela serve como termômetro do humor do mercado em relação à moeda brasileira.

  • Desde 2020, a Ptax passou por extremos.
  • Em 2020, com a pandemia, o dólar ultrapassou os R$ 5,80.
  • Em 2021 e 2022, houve oscilação com tensões políticas internas e variações nos juros americanos.
  • Já em 2023, a estabilidade voltou a dar sinais, com o dólar sendo negociado próximo a R$ 5,00.
  • Agora, em 2025, o trimestre fechado com valorização de 7,27% marca uma recuperação consistente.

Esse avanço coloca o real novamente entre as moedas emergentes mais fortes do mundo, especialmente quando comparado a pares como o peso argentino ou a lira turca, que seguem pressionados.

Motivos da valorização do real

  1. Fluxo estrangeiro positivo
    • O Brasil atraiu investimentos diretos e especulativos, sobretudo para a bolsa e renda fixa.
    • As taxas de juros reais ainda estão entre as mais altas do mundo, incentivando o chamado “carry trade”.
  2. Estabilidade política e reformas
    • A tramitação de medidas fiscais, como o novo arcabouço, aumentou a confiança dos investidores.
    • A previsibilidade econômica teve impacto direto na atratividade do país.
  3. Commodities em alta
    • O bom desempenho de exportações agrícolas e minerais fortaleceu o superávit da balança comercial.
    • O agronegócio brasileiro segue sendo um dos motores da valorização cambial.
  4. Desaceleração da economia americana
    • Com a expectativa de cortes nos juros dos EUA, o dólar perdeu força globalmente.
    • Investidores começaram a buscar mercados emergentes com maiores retornos.
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Efeitos no mercado e nas empresas brasileiras

A valorização do real tem impactos diretos em diversos setores da economia brasileira:

  • Importadoras e varejo: Empresas que dependem de produtos importados ou insumos cotados em dólar se beneficiam da queda da moeda americana, como Lojas Renner, Via, Movida e Multilaser. Seus custos caem, aumentando a margem de lucro.
  • Exportadoras e commodities: Empresas como Vale, Petrobras, Suzano e JBS podem ter margens pressionadas, já que parte das receitas vêm do exterior e ficam menores quando convertidas para real. No entanto, muitas têm hedge cambial.
  • Empresas com dívida em dólar: A valorização do real reduz o passivo de empresas com endividamento externo, como Gol, Azul e Embraer. Isso melhora o balanço e diminui o risco de crédito.
  • Mercado de capitais: O Ibovespa tende a se valorizar com o aumento do fluxo estrangeiro, enquanto os títulos públicos ganham atratividade com a valorização da moeda e o controle da inflação.

Tabela: variação cambial nos últimos três meses

MêsCotação Inicial (R$)Cotação Final (R$)Variação (%)
Janeiro4,944,75-3,84%
Fevereiro4,754,61-2,95%
Março4,614,58-0,65%
Total4,944,58-7,27%

A cotação considerada é a média da taxa Ptax para cada mês, conforme dados do Banco Central.

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Perspectivas para os próximos meses

Apesar do bom momento, o câmbio brasileiro continua sujeito a oscilações. Alguns pontos de atenção incluem:

  • Corte de juros no Brasil: Se o Banco Central continuar reduzindo a Selic, o diferencial de juros pode diminuir, reduzindo a entrada de capital externo.
  • Cenário político e fiscal: Qualquer ruído na aprovação de medidas fiscais ou aumento do déficit pode pressionar o real novamente.
  • Crescimento global: A recuperação da economia chinesa ou americana pode alterar a dinâmica do fluxo cambial.

Mesmo com esses fatores, o desempenho recente aumenta a confiança no mercado brasileiro e dá espaço para uma política monetária mais ajustada.

Conclusão: um sinal positivo, mas com cautela

Em suma, o forte desempenho do real no primeiro trimestre de 2025 mostra a capacidade do Brasil de atrair investimentos mesmo em um cenário global desafiador. A valorização da moeda, além de ser positiva para o controle da inflação, melhora o ambiente de negócios e ajuda setores importantes da economia.

Contudo, o investidor deve manter atenção aos desdobramentos fiscais, à política de juros e ao cenário externo. O câmbio segue volátil por natureza, mas os sinais de fortalecimento da economia brasileira são consistentes e animadores. A taxa Ptax, enquanto referência, reflete essa confiança renovada.

Portanto, se mantida essa tendência, o real pode continuar entregando bons resultados, beneficiando o mercado e melhorando a percepção de risco do país no exterior.

por Mano Graal