Donald Trump e os 100 Dias Caóticos
Em apenas 100 dias de governo, Donald Trump impôs uma virada ainda mais agressiva à política externa e interna dos Estados Unidos. Com uma versão intensificada da agenda “America First”, o presidente rompeu alianças históricas, exaltou adversários e desencadeou crises globais. A reportagem da agência Reuters, baseada em entrevistas com diplomatas e especialistas internacionais, revela o impacto direto das ações de Trump no mundo.
Trump radicaliza a política externa
O presidente confrontou aliados tradicionais e buscou aproximação com rivais estratégicos. Trump desafiou compromissos com a OTAN e ameaçou retirar tropas de bases históricas. Coreia do Sul e Japão começaram a desenvolver estratégias de defesa próprias diante da nova postura americana. Trump elogiou abertamente líderes autoritários, como Vladimir Putin e Xi Jinping, enquanto criticou duramente governos democráticos europeus.
Mundo entra em nova instabilidade
Trump lançou guerras tarifárias contra México, China e União Europeia, o que provocou forte volatilidade nos mercados. As tarifas elevaram os preços de insumos básicos e aumentaram a inflação nos Estados Unidos e em países parceiros. Ao sugerir a anexação da Groenlândia, a incorporação do Canadá e o controle do Canal do Panamá, Trump causou indignação internacional. Mette Frederiksen, primeira-ministra da Dinamarca, reagiu com veemência e afirmou que os EUA passaram a agir como uma potência imprevisível.
Países reagem e redesenham alianças
A União Europeia anunciou planos de tarifas retaliatórias contra produtos norte-americanos. Alemanha e França decidiram ampliar investimentos em defesa própria para reduzir a dependência dos EUA. O Canadá intensificou sua integração com a Europa após ataques verbais de Trump. Líderes europeus e asiáticos procuraram a China para firmar novos acordos estratégicos e comerciais. O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, viajou a Pequim para aprofundar a cooperação econômica com Xi Jinping.
Opinião pública dos EUA se volta contra Trump
A pesquisa Ipsos/Washington Post/ABC News mostrou que apenas 39% aprovam o governo Trump, enquanto 55% rejeitam sua liderança. O levantamento da CNN apontou queda de 7 pontos na aprovação desde fevereiro, com só 22% aprovando fortemente sua gestão. A maioria dos americanos afirma que Trump piorou a economia e ameaçou valores democráticos.
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Economia perde fôlego com nova agenda
Além disso, 73% dos entrevistados classificaram a economia como fraca. 71% afirmaram que as tarifas de Trump causaram aumento de preços. Apenas 31% acreditam na promessa de recuperação futura. O índice de aprovação na economia caiu para 39%, o menor desde o início do segundo mandato.
Cresce a desconfiança em relação à democracia
Por outro lado, 62% dos entrevistados disseram que Trump ignora o Estado de Direito. Já 55% não confiam que ele proteja os direitos civis. Além disso, 56% acreditam que Trump excedeu sua autoridade presidencial. Muitos americanos demonstram temor de que o presidente reduza drasticamente o papel do governo.
Tentativa de reconquistar apoio
Trump prometeu lançar um pacote legislativo nos próximos dias com foco em segurança de fronteiras e cortes de gastos. Ele quer transformar os 100 dias em um marco de força política, mas precisa reverter um cenário cada vez mais desfavorável. Analistas avaliam que o impacto das medidas já comprometeu a confiança do eleitorado e dos parceiros globais.
Aliados se afastam e adversários ganham espaço
Aaron David Miller, ex-diplomata e membro do Carnegie Endowment, afirmou que o mundo ainda não chegou ao ponto sem volta, mas caminha rapidamente para lá. Dennis Ross, ex-negociador do Oriente Médio, alertou que a imprevisibilidade atual causa rupturas generalizadas. Países que sempre confiaram nos Estados Unidos agora reavaliam suas estratégias e procuram outras lideranças.
Conclusão
Em síntese, Donald Trump transformou os primeiros 100 dias de seu segundo mandato em um período de rupturas, tensões e isolamento. Ao impor medidas unilaterais, confrontar aliados e estimular crises econômicas, o presidente reconfigurou o papel global dos EUA. A ordem internacional, construída ao longo de décadas, perdeu estabilidade e previsibilidade. Com aprovação interna em queda e reações duras do exterior, Trump enfrenta um cenário turbulento. Mesmo que um novo presidente assuma em 2028, parte do estrago na diplomacia americana e na imagem do país já se consolidou. O mundo entra em uma nova fase, marcada por incertezas e por um vácuo de liderança que tende a favorecer potências como a China.
por Mano Graal