Mercado Financeiro: Semana – 19 a 23 de Maio
A semana de 19 a 23 de maio de 2025 foi marcada por uma combinação de fatores internos e externos que trouxeram forte volatilidade para os mercados financeiros. No Brasil, o Ibovespa chegou a superar os 140 mil pontos, entretanto, não sustentou esse patamar e encerrou a semana em queda de 1,0%, tanto em reais quanto em dólares, aos 137.824 pontos. Esse comportamento reflete uma série de eventos, tanto no cenário doméstico quanto no internacional, que influenciaram diretamente o humor dos investidores.
Resumo Diário do Ibovespa
Data | Abertura | Fechamento | Variação (%) | Mínima | Máxima |
---|---|---|---|---|---|
19/05/2025 | 139.186 | 139.636 | +0,32 | 138.587 | 140.203 |
20/05/2025 | 139.186 | 140.110 | +0,34 | 138.966 | 140.244 |
21/05/2025 | 139.636 | 137.881 | -1,59 | 137.538 | 140.109 |
22/05/2025 | 137.881 | 137.273 | -0,44 | 137.088 | 138.837 |
23/05/2025 | 137.881 | 137.824 | +0,40 | 134.997 | 137.824 |
🗓️ Segunda-feira (19/05)
No início da semana, o Ibovespa apresentou leve alta de 0,32%, refletindo uma combinação de otimismo doméstico e cautela internacional. O índice oscilou entre 138.587 e 140.203 pontos, impulsionado principalmente pela expectativa dos investidores quanto à divulgação do relatório fiscal do governo.
Além disso, no cenário externo, as bolsas globais ensaiaram um movimento positivo, embora sem grande convicção, à medida que os investidores aguardavam dados econômicos relevantes dos Estados Unidos.
🗓️ Terça-feira (20/05)
Na terça-feira, o Ibovespa manteve o viés positivo, com alta de +0,34%, fechando aos 140.110 pontos, o maior nível registrado na semana. Esse avanço ocorreu especialmente após o governo divulgar o relatório bimestral de receitas e despesas, que trouxe um contingenciamento de R$ 31,3 bilhões, ou seja, acima do esperado pelo mercado.
Como consequência, esse sinal de responsabilidade fiscal trouxe alívio momentâneo aos investidores. Entretanto, no mercado externo, as bolsas norte-americanas começaram a apresentar sinais de fraqueza, pressionadas pela perspectiva de juros longos mais elevados nos Estados Unidos.
🗓️ Quarta-feira (21/05)
Por outro lado, a quarta-feira foi marcada por forte aversão ao risco. O Ibovespa recuou -1,59%, encerrando aos 137.881 pontos, na pior performance diária da semana. Esse movimento de queda esteve diretamente relacionado a fatores externos.
Primeiramente, o leilão de Treasuries de 20 anos nos EUA teve baixa demanda, o que levou os juros dos títulos de 30 anos a subirem para 5,04%, com alta de 9 pontos-base. Isso, consequentemente, gerou pressão sobre os ativos de risco globais.
Além disso, as tensões comerciais voltaram ao centro das atenções. O ex-presidente Donald Trump ameaçou aplicar tarifas de 25% sobre produtos fabricados fora dos EUA, mirando diretamente empresas como a Apple, que recuou -7,6%. Simultaneamente, sugeriu uma tarifa de 50% sobre produtos da União Europeia, o que deteriorou ainda mais o sentimento dos investidores.
🗓️ Quinta-feira (22/05)
Seguindo a tendência negativa, a quinta-feira foi mais um dia de perdas para a bolsa brasileira. O Ibovespa caiu -0,44%, fechando aos 137.273 pontos. A queda, nesse caso, teve como gatilho principal os anúncios feitos pelo governo brasileiro relacionados ao aumento do IOF.
Em resumo, o Ministério da Fazenda anunciou elevação das alíquotas do IOF para operações de crédito corporativas, além de aportes mensais superiores a R$ 50 mil em fundos VGBL e também sobre determinadas operações cambiais.
Como resultado imediato, os mercados reagiram fortemente: o dólar disparou 2,0%, o ETF EWZ caiu 5% no after-market, e o Ibovespa chegou a recuar 1,6% nos primeiros 20 minutos de pregão.
Entretanto, no decorrer do dia, o governo fez um recuo parcial nas medidas, o que amenizou parte das perdas, mas ainda assim não evitou o fechamento no campo negativo.
🗓️ Sexta-feira (23/05)
Por fim, a sexta-feira foi marcada por uma recuperação moderada. O Ibovespa subiu +0,40%, encerrando aos 137.824 pontos, após atingir a mínima da semana em 134.997 pontos.
Esse movimento de alívio veio, sobretudo, após o governo anunciar ajustes nas regras do IOF, reduzindo parte dos impactos inicialmente previstos. Além disso, a melhora nos mercados internacionais contribuiu para a recuperação dos ativos.
O dólar, que havia disparado nos dias anteriores, recuou -1,1%, fechando a R$ 5,65, embora ainda tenha acumulado alta na semana.
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📉 Desempenho do Câmbio
O mercado cambial também refletiu diretamente essa combinação de fatores locais e externos.
- No início da semana: Dólar a R$ 5,58.
- Pico na quinta-feira: Chegou a R$ 5,76 após os anúncios do IOF.
- Fechamento na sexta: R$ 5,65, com alta acumulada de 1,25% na semana.
Portanto, o real teve um desempenho negativo frente ao dólar, principalmente por conta dos ruídos internos.
🪙 Criptomoedas
Assim como os mercados tradicionais, o universo das criptomoedas também sofreu com a aversão global ao risco.
- Bitcoin (BTC): queda de -4,2%, fechando a semana próximo de US$ 66.300.
- Ethereum (ETH): desvalorização de -5,1%, encerrando em US$ 3.420.
Claramente, a valorização do dólar globalmente, somada ao aumento dos juros nos EUA, pressionou os ativos digitais.
🌍 Bolsas Internacionais
Índice | Variação Semanal (%) |
---|---|
S&P 500 | -2,6% |
Nasdaq | -2,4% |
Dow Jones | -2,1% |
Euro Stoxx 50 | -1,8% |
Nikkei 225 | -1,3% |
Sem dúvida, os fatores que mais pesaram foram o aumento das taxas dos Treasuries e as novas tensões comerciais estimuladas pelas declarações de Trump.
📈 Maiores Altas e Quedas no Ibovespa
Ações | Desempenho (%) |
---|---|
RAIZ4 | +25,1 |
JBSS3 | +7,3 |
COGN3 | -7,9 |
Por um lado, Raízen (RAIZ4) surpreendeu positivamente com uma valorização de mais de 25%, embora tenha negado qualquer fato relevante que justificasse o movimento. Por outro lado, JBS (JBSS3) foi impulsionada pela expectativa de seu processo de dupla listagem, aprovado na sexta-feira. Na ponta negativa, Cogna (COGN3) recuou após a divulgação de um novo decreto que altera regras da educação a distância (EaD).
🔚 Conclusão
Em suma, a semana de 19 a 23 de maio de 2025 foi extremamente desafiadora para os mercados. Tanto fatores internos, como o aumento do IOF e o contingenciamento fiscal, quanto externos, como a disparada dos juros americanos e as tensões comerciais, contribuíram para o aumento da volatilidade.
Apesar da tentativa do Ibovespa de superar os 140 mil pontos, o índice não conseguiu sustentar os ganhos e fechou aos 137.824 pontos, com perda acumulada de 1,0% na semana. O dólar subiu, refletindo a busca por segurança, e o mercado de criptomoedas também sofreu com a aversão ao risco.
Portanto, o investidor deve, cada vez mais, acompanhar não só os desdobramentos da política econômica doméstica, mas também os movimentos da economia global, que seguem pressionando os mercados emergentes como o Brasil.
por Mano Graal
Fonte: InfoMoney