Mercado Financeiro: Semana – 2 a 6 de Junho
Na semana entre os dias 2 a 6 de junho de 2025, o mercado financeiro global e brasileiro enfrentou um cenário de acentuada volatilidade, incertezas políticas e dúvidas sobre o rumo das taxas de juros. O Ibovespa não apenas emendou sua terceira semana consecutiva de queda, como também consolidou um padrão preocupante de sete quedas nos últimos oito pregões. Ao mesmo tempo, o câmbio, os juros futuros e o mercado de criptomoedas reagiram à enxurrada de dados econômicos e à leitura mais dura dos riscos internos e externos.
📉 Ibovespa: Desempenho Diário e Tendência Geral
Antes de mais nada, é preciso destacar que o Ibovespa teve uma semana (2 a 6) marcada por forte pressão nos setores bancário e industrial, além de realizações de lucros em papéis que vinham sustentando o índice. Abaixo, uma tabela resume a performance:
Data | Abertura | Fechamento | Variação (%) | Mínimo | Máximo |
---|---|---|---|---|---|
02/06/2025 | 137.026 | 136.787 | -0,18% | 136.483 | 137.471 |
03/06/2025 | 136.787 | 137.672 | +0,56% | 136.175 | 137.672 |
04/06/2025 | 136.787 | 137.002 | -0,40% | 136.695 | 138.797 |
05/06/2025 | 137.547 | 136.236 | -0,56% | 136.031 | 137.451 |
06/06/2025 | 137.003 | 136.102 | -0,10% | 135.601 | 136.890 |
- Queda acumulada: -3.514 pontos
- Tendência: consolidada de baixa
- Fatores-chave: queda de BBAS3, enfraquecimento bancário, e expectativa por alta de juros.
- FUNÇÃO REAQUECER
- GUIAS VERTICAIS PARA APOIO DO PÃO
- FUNÇÃO DESCONGELAR
📅 Análise Detalhada da Semana de 2 a 6 de junho
Segunda-feira (02/06): Início Retraído
Desde o início da sessão, o mercado já indicava cautela. A abertura negativa refletiu a tensão fiscal persistente e incertezas políticas. Apesar de uma tentativa de recuperação à tarde, o índice fechou com leve baixa de -0,18%. O fraco desempenho de BBAS3 puxou o índice para baixo, antecipando o tom da semana.
Terça-feira (03/06): Curta Trégua
Logo pela manhã, o Ibovespa mostrava disposição para reagir. Impulsionado pela valorização do petróleo e pela forte performance de PETR4, o índice subiu 0,56%, sendo o único pregão positivo da semana. Além disso, frigoríficos como JBSS3 ajudaram na alta, animando os investidores, mesmo que brevemente.
Quarta-feira (04/06): Do Otimismo à Realidade
Embora o dia tenha começado com forte alta — com o índice testando os 138 mil pontos —, o entusiasmo se dissipou rapidamente. A divulgação de dados mostrando aumento da inadimplência no crédito rural fez com que os bancos perdessem força, derrubando o índice em 0,40%. A fragilidade estrutural do setor financeiro brasileiro ficou ainda mais evidente.
Quinta-feira (05/06): Reversão Agressiva
Na quinta, os mercados acordaram com humor negativo. Dados de emprego fortes nos EUA afastaram o temor de recessão, mas também derrubaram expectativas de corte de juros por lá. Como resultado, o Ibovespa desabou 0,56%. As ações de BBAS3 afundaram 2,38%, agravando ainda mais a queda semanal.
Sexta-feira (06/06): Nova Derrota Contida
Apesar de começar o dia em alta, com suporte de PETR4 (+0,92%) seguindo o petróleo, o Ibovespa não sustentou a recuperação e caiu mais 0,10%. O desempenho negativo dos bancos voltou a pesar, e nem mesmo a leve alta de ITUB4 (+0,25%) foi suficiente para evitar a terceira semana seguida no vermelho.
🏦 Setores em Foco: Bancos, Energia e Alimentos
Setor Bancário
Sem dúvida, o setor mais afetado na semana de 2 a 6. O aumento da inadimplência no agronegócio gerou aversão generalizada aos bancos. BBAS3 liderou as perdas com queda de 2,38%, enquanto BBDC4 recuou 0,06% e SANB11 caiu 0,73%. Por outro lado, ITUB4 ainda fechou com leve recuperação, subindo 0,25%.
Energia e Commodities (PETR4)
A Petrobras apresentou bom desempenho, subindo 0,92% na semana. Esse avanço foi diretamente ligado à alta do petróleo no mercado internacional, diante de estoques reduzidos e tensões no Oriente Médio.
Frigoríficos (JBSS3)
Destaque para JBSS3, que subiu 1,93%, encerrando sua trajetória na B3. A partir de 9 de junho, a ação será negociada apenas via BDRs, movimentando investidores institucionais.
💱 Câmbio: Real Levemente Mais Forte
Data | Dólar Comercial (R$) | Variação |
---|---|---|
02/06 | 5,595 | — |
03/06 | 5,588 | -0,13% |
04/06 | 5,579 | -0,16% |
05/06 | 5,573 | -0,10% |
06/06 | 5,570 | -0,05% |
Apesar da queda do Ibovespa, o dólar comercial cedeu frente ao real por dois dias consecutivos, refletindo um fluxo positivo pontual para emergentes e o recuo dos juros futuros.
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📉 Juros Futuros e Política Monetária
Enquanto os mercados esperavam estabilidade da Selic em 14,75% ao ano, a curva futura passou a precificar uma alta de 0,25 p.p. na reunião do Copom marcada para 18 de junho. Isso se deve tanto ao risco fiscal interno quanto à pressão inflacionária importada dos EUA.
🌍 Mercado Global: EUA e China em Posições Opostas
Estados Unidos
Os dados de emprego surpreenderam para cima, indicando que o mercado de trabalho continua aquecido. Embora esse dado afaste o temor de recessão, ele também reforça a tese de que o Fed manterá juros altos por mais tempo.
China e Europa
Enquanto isso, o PMI industrial da China veio abaixo do esperado, reforçando preocupações com a desaceleração da segunda maior economia do mundo. Já a Europa seguiu mista, após o BCE manter os juros inalterados.
₿ Criptomoedas: Alta Volatilidade e Realização de Lucros
Ativo | 02/06 (US$) | 06/06 (US$) | Variação |
---|---|---|---|
Bitcoin | 69.800 | 67.200 | -3,72% |
Ethereum | 3.780 | 3.650 | -3,44% |
Após alcançar os US$ 72 mil, o Bitcoin passou por uma correção técnica, arrastando consigo os fundos de cripto no Brasil, que reduziram posições. A volatilidade foi intensificada por rumores regulatórios nos EUA.
📊 Gráfico ASCII – Ibovespa da Semana

✅ Conclusão: Uma Semana de Pressões Múltiplas
Em resumo, o mercado brasileiro viveu uma semana (2 a 6) de retração e perdas consistentes, afetado por fatores internos como o aumento da inadimplência no setor agrícola e a indefinição fiscal, e fatores externos como a pressão sobre os juros nos EUA. O Ibovespa recuou quase 4 mil pontos, consolidando uma trajetória preocupante.
A única salvação foi a alta do petróleo e o desempenho positivo da Petrobras e da JBS. Contudo, o sentimento geral continua negativo, e os investidores devem manter cautela nas próximas semanas, especialmente diante da decisão do Copom em 18 de junho e novos dados de inflação nos EUA.
por Mano Graal
Fonte: InfoMoney / XP Investimentos