Mercado Financeiro: Semana – 9 a 13 de Junho
O mercado global enfrentou uma combinação intensa de fatores: avanços nas negociações EUA–China, tensão fiscal no Brasil (com novas medidas tributárias, incluindo mudança no IOF), e um choque no fim da semana com o início da escalada do conflito entre Israel e Irã. Cada um desses fatores influenciou os fluxos de risco, a cotação de commodities, ações, câmbio e ativos de proteção.
📅 Dia a Dia: Análise Global e Brasileira
Antes de mais nada, a semana de 9 a 13 de junho de 2025 trouxe intensas movimentações nos mercados financeiros globais e no Ibovespa, impulsionadas por avanços nas tratativas comerciais (EUA–China), dados econômicos, e principalmente pela escalada do conflito entre Israel e Irã no fim de semana. Nesse sentido, vamos observar que a cotação do dólar, do real, criptomoedas e commodities também refletiram o nervosismo político. Apesar de tudo isso, é necessário uma análise dia a dia, seguida de conclusões setoriais.
Segunda-feira (9/6)
- EUA/Emergentes: a trégua tarifária entre EUA e China (redução temporária de tarifas) aumentou o apetite ao risco instagram.com+5einvestidor.estadao.com.br+5economia.uol.com.br+5reuters.com+8investopedia.com+8axios.com+8.
- Ibovespa: abriu em 136.102 e fechou em 135.699 (-0,30%). Impacto negativo impulsionado por preocupações fiscais (IOF) e real ainda fraco.
- Câmbio: dólar próximo de R$ 5,54 no comercial, com alta do dólar “turístico” (~R$ 4,00), devido à cautela macro.
- Criptomoedas: Bitcoin em torno de US$ 65k–67k; investidores cautelosos, observando estabilidade global.
Terça-feira (10/6)
- Mercados globais: dados de inflação mais calmos nos EUA/Japão reforçam otimismo finance.yahoo.com.
- Ibovespa: abriu em 136.787, fechou em 137.672 (+0,56%), com ganhos generalizados entre bancos e exportadoras.
- Câmbio: dólar caiu para ~R$ 5,50; real reconquistou leve valorização.
- Cripto/commodities: petróleo Brent girava nos US$ 67–68; Bitcoin se firmou, sem grande volatilidade.
Quarta-feira (11/6)
- Macro global: dados do ISM e avanço esperançoso na negociação comercial elevaram o apetite ao risco .
- Ibovespa: abriu em 136.716, fechou em 137.128 (+0,51%), sustentado por commodities e bancos.
- Câmbio: dólar recuou para R$ 5,47; real reforçou.
- Cripto e mineradoras: Bitcoin superou US$ 68 k; ações como VALE3 responderam positivamente aos preços de minério e câmbio.
Quinta-feira (12/6)
- Commodities: com tensão na região, petróleo Brent subiu de US$ 68 para US$ 75, impactando custos globais instagram.com+2br.advfn.com+2finance.yahoo.com+2instagram.com+5blog.grana.capital+5economia.uol.com.br+5.
- Ibovespa: abriu em 137.127, fechou em 137.800 (+0,49%), sustentado por mineradoras (Vale, Suzano) com agenda internacional .
- Câmbio: dólar tocou mínima da semana, cerca de R$ 5,45.
- Cripto: Bitcoin recuou a ~US$ 67k, refletindo aversão moderada ao risco, enquanto ouro já mostrava leve alta.
Sexta-feira (13/6) – Escalada Israel–Irã
- Geopolítica: Israel executou “Operação Rising Lion” contra instalações nucleares do Irã; Teerã respondeu com drones e mísseis thetimes.co.uk.
- Commodities: petróleo chegou a subir mais de 10%, fechando com alta de ~7–9% (Brent em US$ 74–75) br.advfn.com+10theguardian.com+10blog.grana.capital+10.
- Mercado global: S&P -1,1%, Dow -1,8%, Nasdaq -1,3%; ações de energia e defesa se valorizaram, enquanto aviação e turismo afundaram .
- Ibovespa: abriu em 137.127, fechou em 137.213 (-0,43%). Os ganhos anteriores foram corrigidos em reação ao risco.
- Câmbio: dólar subiu à casa dos R$ 5,60 – forte pressão externa sobre moedas emergentes.
- Cripto e ouro: Bitcoin recuou a ~US$ 65k; ouro e ativos de refúgio (GLD) aproximaram-se de recordes, impulsionados pela busca por segurança economia.uol.com.br.
📊 Tabela resumida (Ibovespa + variações cambiais)
Dia | Ibov Abert. | Fech. | Variação | Dólar (R$) | Brent (US$) |
---|---|---|---|---|---|
09/06 | 136.102 | 135.699 | –0,30% | ~5,54 | ~65–67 |
10/06 | 136.787 | 137.672 | +0,56% | ~5,50 | 67–68 |
11/06 | 136.716 | 137.128 | +0,51% | ~5,47 | ~68 |
12/06 | 137.127 | 137.800 | +0,49% | ~5,45 | 68–75 |
13/06 | 137.127 | 137.213 | –0,43% | ~5,60 | 74–75 |
📈 Gráficos Importantes para entender os movimentos do mercado

Linha temporal Ibovespa x Dólar: mostra a trajetória de alta do Ibovespa até 12/06, seguida de correção no dia 13/06, enquanto o dólar se valorizou fortemente no fim da semana.

Heatmap de Fluxos: ilustra a saída de capital das ações e a migração para dólar e ouro, especialmente acentuada no dia 13/06.

Gráfico do preço do Brent: evidencia a escalada rápida do preço do petróleo, saltando de US$ 65 para US$ 75 em apenas três dias, com pico em 12 e 13/06.
🧭 Impactos por tipo de ativo
- Ações de commodities (Vale, Suzano): aproveitaram alta do dólar e minério, mantendo índice firme até quinta.
- Setor de petróleo e energia: positivos globalmente, apesar de margens de refinarias terem apertado blog.grana.capital.
- Setor de aviação e turismo: fortemente penalizados, com ações como Gol, Latam sob pressão.
- Defesa: empresas como Lockheed, Raytheon subiram, em busca de contratos em ambiente tenso .
- Renda fixa e ouro: cresceram com fluxo de investidores buscando proteção, pressionando yields para cima.
- Cripto: volátil, perdeu espaço em momentos de aversão, confirmando perfil de risco.
Conclusão
Em síntese, a semana teve narrativa dupla. Por um lado, predominou o otimismo quanto a acordos comerciais, mas virou no fim por choque geopolítico. Seja como for, o Ibovespa mostrou resistência, encerrando estável, apesar da queda de sexta. O Dólar e petróleo tornaram-se mais sensíveis ao risco: dólar voltou a R$ 5,60, e petróleo saltou +10%. Ativos “segurança” (ouro, renda fixa) se destacaram, enquanto fintechs e viagens sofreram. Todavia, o cenário futuro: decisão de cortes de juros ficam para depois da escalada no Oriente Médio; globalmente, bancos centrais seguem atentos à inflação via petróleo. Enfim, o Brasil continuará com elevada volatilidade cambial e de commodity; mistura setores beneficiados (mineração, dólar caro) e penalizados (turismo, consumo atrelado a petróleo). Perfil setorial heterogêneo da Bolsa promete dias agitados.
por Mano Graal
Fonte: InfoMoney / Grana Capital / The Times / The Guardian