IBOVESPA LIDERA GANHOS GLOBAIS
O Ibovespa liderou os ganhos globais na semana de 4 a 8 de agosto, impulsionado tanto por um cenário externo favorável quanto pela temporada de balanços. Dessa forma, o desempenho expressivo do mercado acionário brasileiro ocorreu com o avanço de 2,3% em reais e 5,0% em dólares, culminando no encerramento aos 135.913 pontos e na consequente liderança entre os principais mercados globais. Além disso, o movimento refletiu não apenas a melhora no apetite por risco no exterior, mas também resultados corporativos relevantes no Brasil. Por fim, a seguir, apresentamos de maneira detalhada os principais fatores que influenciaram o mercado.
1. Desempenho Global: Bolsas americanas em recuperação
Após uma semana anterior de quedas, os principais índices dos EUA reagiram positivamente:
- S&P 500: +2,4%
- Nasdaq: +3,7%
O movimento de ganhos ocorreu em resposta a sinais de desaceleração econômica nos EUA, especialmente após um Payroll abaixo das expectativas. Essa combinação aumentou a percepção de que o Federal Reserve poderá retomar o ciclo de cortes de juros já em setembro.

2. Política monetária dos EUA: cortes à vista?
De acordo com o CME Group, o mercado já precifica 90% de chance de corte de 0,25 p.p. na reunião de setembro do FOMC.
Além disso:
- A incerteza em torno das tarifas comerciais vem diminuindo.
- Os riscos inflacionários ainda permanecem, mas o foco de curto prazo está na flexibilização monetária.
🔍 Esse cenário tende a beneficiar mercados emergentes como o Brasil, já que juros menores nos EUA reduzem a atratividade dos Treasuries e aumentam o fluxo para ativos de maior risco.
3. Temporada de balanços nos EUA: forte desempenho corporativo
Até agora:
- 453 das empresas do S&P 500 divulgaram seus resultados.
- 81,2% superaram as estimativas de lucro.
- Surpresa média positiva: 8,4%.

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4. Cenário doméstico: política e resultados corporativos
Apesar da instabilidade política — marcada pela prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e tensões no Congresso —, o foco do investidor permaneceu nos balanços do 2T25.
Dos 80 resultados já divulgados pela XP:
- 53% superaram as estimativas.
- 21% vieram em linha.
- 26% ficaram abaixo.

5. Gigantes do Ibovespa: performances opostas
- Itaú (ITUB4): +6,0% após divulgar lucros sólidos, com crescimento robusto na carteira de crédito e controle eficiente de inadimplência.
- Petrobras (PETR4): -5,2% devido a resultados financeiros aquém do esperado, com queda no EBITDA ajustado e redução no lucro líquido.
6. Câmbio e juros: vento a favor para a bolsa
O dólar global recuou (DXY -0,9%), e frente ao real caiu 1,9%, encerrando a R$ 5,43.
Paralelamente, a curva de juros fechou, refletindo a melhora nas expectativas macroeconômicas.
🔍 Esse movimento favorece empresas com receitas atreladas ao mercado interno e reduz pressões sobre custos de financiamento.
7. Maiores destaques da semana
Alta: RD Saúde (RADL3) disparou +28,8%, após resultados acima das projeções e forte surpresa no EBITDA, reforçando perspectivas positivas para o setor de varejo farmacêutico.
Baixa: Pão de Açúcar (PCAR3) caiu -11,5%, impactado por demanda fraca e compressão de margens no 2T25.
8. Comparativo Internacional: Brasil na liderança
Mesmo com volatilidade política, o Ibovespa superou em ganhos os principais índices globais na semana.
- Brasil: +2,3% (em reais) / +5,0% (em dólares)
- S&P 500: +2,4%
- Nasdaq: +3,7%
- MSCI Emerging Markets: +2,1%
Conclusão
Em síntese, o desempenho de ganhos do Ibovespa na semana reflete uma rara combinação de fatores positivos: cenário externo mais favorável, dólar em queda, curva de juros doméstica em fechamento além de resultados corporativos sólidos em setores-chave. Embora riscos políticos persistam, o investidor voltou a privilegiar fundamentos bem como a perspectiva de afrouxamento monetário global.
Caso esse ambiente se mantenha, o Brasil tenderá a seguir como destino atrativo para capital estrangeiro, sobretudo diante de valuations mais descontados em relação a pares globais. Entretanto, a atenção aos próximos indicadores macroeconômicos assim como à evolução do cenário político continuará sendo determinante para a sustentabilidade dessa tendência.
por Mano Graal
Fonte: EXPERTXP
Imagens: ChatGPR5 / CANVA IA