SOBE E DESCE DE AÇÕES NO RALI DE NOVEMBRO NO IBOVESPA
O sobe e desce de ações do Ibovespa no mês de novembro trouxe um cenário marcado por contrastes expressivos no Ibovespa, e, portanto, reforçou a percepção de que ciclos de mercado podem acelerar rapidamente quando expectativas macroeconômicas mudam. Com o índice ultrapassando os 159 mil pontos e acumulando alta de 6,37%, o mercado respondeu sobretudo ao avanço das apostas de queda de juros nos EUA e à maior clareza sobre o início do ciclo de cortes da Selic em 2026. Assim, enquanto setores sensíveis à taxa de juros, como varejo, construção civil e bolsa de valores, lideraram as altas, empresas pressionadas por resultados fracos ou riscos setoriais figuraram entre as maiores quedas. A seguir, detalho, com profundidade, os destaques positivos e negativos do mês, sempre acrescentando transições que conectam a lógica dos movimentos.
1. As maiores altas do Ibovespa em novembro
1.1 Magazine Luiza (MGLU3) — +23,26%
O Magazine Luiza liderou as altas, e isso ocorreu porque o mercado reforçou convicção na recuperação gradual do varejo. Além disso, dados pré-Black Friday indicaram um ritmo de consumo muito mais forte que em 2024, o que elevou a confiança sobre o quarto trimestre. Como consequência, a combinação entre crescimento de receita acima de 30%, parcerias estratégicas com Americanas e Aliexpress, e o retorno ao lucro — ainda que modesto — alimentou expectativas de margem operacional em expansão. Desse modo, MGLU3 se tornou um dos principais símbolos da rotação para empresas domésticas.
1.2 MRV (MRVE3) — +22,53%
A MRV apresentou uma valorização expressiva e, consequentemente, confirmou o impacto positivo que a redução das curvas de juros exerce sobre o setor de construção. A empresa reportou lucro 209% maior, avanço sólido no EBITDA e eficiência operacional crescente, fatores que, em conjunto, reforçaram a tese de reprecificação. Além disso, casas como Nord Research e Bradesco BBI destacaram que a performance superou expectativas. Assim, MRV entrou novamente no radar institucional como uma das construtoras mais bem posicionadas para 2026.
1.3 RD Saúde (RADL3) — +21,08%
A RD Saúde avançou com força, sobretudo devido à combinação entre vendas robustas de medicamentos, incluindo os disputados GLP-1, e margens resistentes. Ademais, a empresa segue com múltiplos elevados, negociando a 24 vezes o lucro de 2026, mas, mesmo assim, analistas avaliam que o crescimento anual composto de 24% até 2028 justifica o prêmio. Dessa forma, RADL3 manteve seu perfil defensivo e, ao mesmo tempo, capturou parte da rotação para empresas com previsibilidade elevada.
1.4 Vamos (VAMO3) — +20,06%
Apesar de resultados fracos no trimestre, a Vamos registrou uma leitura considerada construtiva pelo mercado, principalmente por causa do aumento das receitas de locação, da forte venda de seminovos e do avanço no CAPEX. Entretanto, margem pressionada ainda preocupa; mesmo assim, investidores enxergaram reprecificação futura graças à estabilização das taxas de juros. Portanto, VAMO3 entrou entre as maiores altas.
1.5 Cyrela (CYRE3) — +16,73%
A Cyrela continuou entre as queridinhas do setor de construção e, portanto, surfou com facilidade o cenário de juros futuros mais baixos. A empresa apresentou geração de caixa acima do previsto, portfólio de lançamentos sólido e execução operacional impecável. Além disso, com P/L de apenas 5,3 vezes para 2026, analistas classificaram a ação como uma oportunidade rara no setor de média/alta renda.
1.6 B3 (B3SA3) — +16,51%
Com a Bolsa batendo recordes sucessivos, a B3 naturalmente foi beneficiada pelo aumento no apetite por risco. Ademais, a companhia divulgou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, receitas fortes em tecnologia e crescimento consistente nas soluções de mercado de capitais. Assim, o mercado ajustou projeções para cima, reforçando o caráter estratégico da empresa.
Tabela — Maiores altas

Mapa Conceitual ASCII — Altas

2. As maiores quedas do Ibovespa
2.1 Hapvida (HAPV3) — -53,62%
A Hapvida sofreu o maior tombo do mês, sobretudo porque apresentou indicadores de sinistralidade elevados, o que frustrou completamente as expectativas. Além disso, o mercado reagiu de forma agressiva devido a quatro sessões seguidas de queda acima de 10%. Embora diversos analistas tenham mantido recomendação de compra, a percepção geral é de que a tese permanece desafiadora, exigindo normalização no 4T25.
2.2 Engie (EGIE3) — -23,97%
A Engie foi pressionada principalmente pelos vetos do governo na reforma do setor elétrico, que devem reduzir reembolsos às geradoras. Como resultado, o mercado reprecificou rapidamente o papel, já que o impacto sobre o fluxo de caixa futuro parece significativo. Assim, EGIE3 entrou entre as cinco maiores quedas.
2.3 Minerva (BEEF3) — -15,58%
A Minerva divulgou resultados fortes, mas, mesmo assim, viu suas ações despencarem. Isso ocorreu porque investidores duvidaram da capacidade da empresa de repetir a geração de caixa observada no trimestre. Além disso, margens abaixo do esperado adicionaram pressão. Por consequência, BEEF3 perdeu força.
2.4 PetroRecôncavo (RECV3) — -15,28%
A PetroRecôncavo caiu acompanhando o petróleo, que recuou 4%. Ademais, a empresa entregou produção abaixo das premissas mínimas e revelou frustração nas perfurações recentes. Então, analistas optaram por maior cautela.
2.5 Raízen (RAIZ4) — -10,64%
A Raízen foi rebaixada pela Moody’s para grau especulativo, o que intensificou temores sobre endividamento. Como consequência, o mercado ajustou as projeções para baixo, pressionando ainda mais o papel.
Gráfico ASCII — Maiores Quedas

Conclusão
Em suma, novembro representou um divisor de águas para o Ibovespa, já que a combinação entre expectativas macroeconômicas e resultados trimestrais moldou movimentos amplos e assimétricos. Enquanto varejo, construção e serviços financeiros lideraram fortes recuperações, setores pressionados por estrutura de custos, riscos regulatórios ou endividamento enfrentaram quedas bruscas. Portanto, os movimentos de novembro confirmam que o mercado seguirá sensível aos sinais sobre juros e atividade econômica em 2026, reforçando a importância de monitorar fundamentos e ciclos de alta frequência.
por mano Graal
Fonte: InfoMoney
Imagens: ChatGPT













