Petrobras lucra R$ 35,2 bilhões no 1º trimestre de 2025

A Petrobras surpreendeu o mercado financeiro com um resultado expressivo no primeiro trimestre de 2025. A estatal registrou um lucro líquido de R$ 35,2 bilhões, o maior dos últimos dois anos, superando projeções e reforçando sua capacidade de geração de valor mesmo em cenários voláteis. Dessa forma, o desempenho chama atenção especialmente após um prejuízo de R$ 17 bilhões no quarto trimestre de 2024. Por fim, este relatório detalha os principais dados financeiros da companhia, as razões por trás do desempenho, a reação do mercado e os impactos sobre dividendos, investimentos e perspectivas futuras.

1. Lucro líquido de R$ 35,2 bilhões surpreende positivamente

A Petrobras obteve R$ 35,2 bilhões de lucro líquido, alta de 48,6% em relação ao mesmo período de 2024. Este é o maior lucro trimestral desde o 1T23, quando a estatal havia registrado R$ 38,1 bilhões. Além disso, o número superou a média das estimativas do mercado e contrariou as expectativas mais conservadoras após o prejuízo recente.

2. Evolução do lucro trimestral desde 2020

TrimestreLucro/Prejuízo (R$ bilhões)
4T2059,8 (recorde histórico)
1T2338,1
4T24-17,0 (prejuízo)
1T2535,2

Fonte: Elos Ayta Consultoria

3. Receitas sobem com alta do dólar

De antemão, a receita líquida da Petrobras cresceu 4%, saindo de R$ 117,7 bilhões (1T24) para R$ 123,1 bilhões (1T25). A valorização do dólar foi crucial: a moeda norte-americana passou de R$ 4,95 para R$ 5,84 no período. Apesar da queda do preço do petróleo Brent, o câmbio mais favorável elevou as receitas em reais.

4. Ebitda ajustado e resultados operacionais

Ainda mais, o Ebitda ajustado foi de R$ 61,08 bilhões, um aumento de 1,7% frente ao 1T24. Contudo, o número ficou abaixo da expectativa da LSEG, que projetava R$ 62,94 bilhões.

Considerando apenas o Ebitda ajustado sem eventos exclusivos, o valor foi R$ 62,2 bilhões, o que ainda representa avanço de 1,2% na comparação anual.

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5. Fluxo de caixa livre recua com aumento de investimentos

Por outro lado, o fluxo de caixa livre caiu 19%, encerrando o trimestre em R$ 26 bilhões. A principal razão para essa queda foi o aumento dos investimentos, não uma redução da eficiência operacional. Os investimentos chegaram a R$ 23,7 bilhões (US$ 4,1 bilhões), com foco em projetos no pré-sal da Bacia de Santos.

6. Endividamento cresce, mas segue sob controle

A dívida líquida aumentou para US$ 56 bilhões, um avanço de 28% em relação ao 1T24. Em relação ao trimestre anterior, a alta foi de 7%. Apesar do aumento, os analistas consideram que a relação dívida/EBITDA continua em patamares sustentáveis.

7. Proventos reforçam atratividade para investidores

A Petrobras aprovou R$ 11,72 bilhões em proventos, referentes ao 1T25. Serão pagos R$ 0,90916619 por ação (ordinária e preferencial), divididos em:

  • R$ 0,45458310 em 20 de agosto
  • R$ 0,45458309 em 22 de setembro

Parte será distribuída como dividendos, outra como juros sobre capital próprio (JCP)

8. Reação do mercado foi cautelosa

Mesmo com o lucro acima do esperado, as ações PETR4 oscilaram pouco: variação de +0,063% às 12h15 do dia 13/05. Entretanto, A leve reação reflete cautela dos investidores diante de incertezas sobre preços do petróleo, política de investimentos e futuro dos dividendos.

9. Análise de especialistas

João Daronco (Suno Research):

Para ele, o resultado foi bastante positivo, mesmo com queda no Brent. Ele destacou o impacto positivo do câmbio sobre as receitas e reconheceu aumento dos investimentos como ponto de atenção saudável.

Fernando Siqueira (Eleven Financial):

Considerou o resultado em linha com o esperado. Atribuiu desempenho ao setor de exploração e produção, enquanto refino e gás apresentaram fraqueza.

10. Comparativo: Projeções vs. Resultados

IndicadorResultado (1T25)Projeção de mercado
Lucro líquido ajustadoR$ 23,5 biR$ 41,09 bi (BTG)
EBITDA ajustadoR$ 61,08 biR$ 62,94 bi (LSEG)
Receita líquidaR$ 123,1 biR$ 123,0 bi (Bloomberg)
Fluxo de caixa livreR$ 26,0 bi

Conclusão

Em síntese, o primeiro trimestre de 2025 marcou uma virada importante para a Petrobras. Após encerrar 2024 com prejuízo, a companhia mostrou resiliência operacional e aproveitou o câmbio favorável para entregar o maior lucro dos últimos dois anos. Apesar de alguns números terem ficado aquém das expectativas ajustadas, o resultado geral foi robusto. Desse modo, o crescimento da receita, o aumento do EBITDA e a continuidade dos investimentos reforçam o potencial da estatal. Para o investidor, os proventos aprovados e a solidez financeira mantêm a Petrobras como uma opção atrativa na Bolsa, embora a cautela diante do cenário externo e interno continue justificável.

por Mano Graal