Dívida dos Brasileiros sobe para 27%

A dívida das famílias brasileiras voltou a subir de forma preocupante. Em fevereiro de 2025, 27,2% da renda dos lares foi comprometida com o crescimento do endividamento, segundo o Banco Central. Além disso, este é o maior índice desde julho de 2023, quando foi lançado o programa Desenrola. Desse modo, o aumento expressivo começou a ganhar força a partir de dezembro de 2024, revelando que, apesar dos esforços do governo para aliviar o fardo financeiro da população, a situação voltou a se deteriorar.

📊 Panorama do comprometimento de renda

Primeiramente, veja um rápido panorama desse comprometimento:

Mês/AnoComprometimento da Renda (%)
Jul/202327,3%
Dez/202426,5%
Fev/202527,2%

📉 Causas do aumento do endividamento

Em segundo lugar, é preciso entender as causas que provocam o endividamento.

1. Alta da Selic:
Nos últimos 12 meses, a taxa Selic passou de 10,5% para 14,75% ao ano, tornando o crédito mais caro.

2. Expansão do crédito em 2024:
O segundo semestre de 2024 viu uma alta concessão de empréstimos, especialmente em modalidades de alto custo como cartão rotativo e cheque especial.

3. Inflação persistente:
Mesmo com recuo em abril, o IPCA acumulado em 12 meses está em 5,53%, acima do limite da meta.

🧾 Impactos na vida real: histórias que ilustram o problema

Os números sobre o endividamento das famílias brasileiras ajudam a entender a gravidade da situação, mas é nas histórias reais que o problema ganha rosto e emoção. Por exemplo, João, aposentado de 68 anos, vê quase toda sua renda consumida por dívidas e contas fixas, restando pouco para necessidades básicas. Da mesma forma, Camila, atendente de farmácia, compromete mais da metade do orçamento familiar com um empréstimo consignado feito para cuidar da mãe.

Além disso, esses casos revelam um padrão preocupante: famílias que, mesmo com renda mensal regular, enfrentam dificuldade crescente para manter o mínimo necessário. Consequentemente, recorrem a créditos mais caros, como cheque especial ou rotativo do cartão, agravando ainda mais a situação.

Portanto, essas histórias evidenciam que o endividamento vai além dos dados econômicos — ele afeta diretamente a dignidade, a saúde mental e a estabilidade das famílias brasileiras.

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📉 Desenrola: resultados e limites

Mês com menor comprometimentoMaio/2024 (25,8%)
Final da vigência do programaMaio/2024

Resultados positivos:
O Desenrola ajudou a reestruturar dívidas antigas, permitindo o refinanciamento com juros menores.

Limites:
O fim do programa coincidiu com nova onda de endividamento. Segundo o economista Caio Napoleão, 70% da alta atual é explicada pela amortização do principal das novas dívidas.

💳 Crédito do Trabalhador: nova esperança?

Por outro lado, o governo lançou em 2025 o programa Crédito do Trabalhador, ampliando o acesso ao empréstimo consignado para todos os trabalhadores com carteira assinada.

Resultados iniciais:

IndicadorValor
Total emprestado em 1 mêsR$ 10,1 bilhões
Número de trabalhadores beneficiados1,8 milhão
Dívidas antigas renegociadasR$ 2 bilhões

Essa modalidade tem juros menores e prazos maiores, reduzindo o risco de inadimplência. A expectativa é de que, no segundo semestre, haja retração no comprometimento de renda, caso a substituição de dívidas caras por consignados se consolide.

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📚 Cidadania financeira e proteção ao consumidor

O governo reconhece que não basta conceder crédito. É preciso ensinar a usá-lo. Por isso, a equipe econômica trabalha em reformas estruturais que envolvem:

  • Educação financeira
  • Regulação focada no consumidor
  • Exigência de responsabilidade dos bancos

Nos moldes de países desenvolvidos, como EUA e Reino Unido, os bancos seriam obrigados a avaliar a capacidade de pagamento dos clientes antes de oferecer crédito. Isso evitaria que consumidores com orçamento apertado entrem em dívidas impagáveis.

⚙️ Ações do Banco Central

O BC também tem tomado medidas importantes:

  • Normas de 2021 exigem que produtos sejam adequados ao perfil do cliente.
  • Limitação dos juros do cartão rotativo ao valor original da dívida.
  • Teto de 8% ao mês no cheque especial.

Essas ações visam reduzir o custo do crédito e proteger o consumidor.

✅ Conclusão: o desafio da sustentabilidade financeira

Em síntese, a volta ao patamar crítico de comprometimento da renda mostra que o problema do endividamento no Brasil é estrutural. Medidas como o Desenrola e o Crédito do Trabalhador são importantes paliativos, mas não bastam sozinhas. Portanto, é urgente investir em educação financeira, regulação eficiente e proteção ao consumidor.

Enfim, a sustentabilidade financeira das famílias brasileiras passa pela combinação de crédito acessível e consciente, renda crescente e inflação sob controle. Sem isso, o ciclo de endividamento continuará sendo uma ameaça à estabilidade econômica e social do país.

por Mano Graal

Fonte: CDL Recife