Maio Tem Menor IPCA-15 dos Últimos 5 Anos
A prévia do IPCA-15 de maio trouxe uma excelente notícia para a economia brasileira. Com alta de 0,36%, este foi o menor índice para o mês em cinco anos, ficando abaixo tanto do resultado de abril (0,43%) quanto das previsões do mercado, que apontavam para 0,44%. Esse cenário não apenas confirma uma terceira desaceleração consecutiva, como também fortalece as expectativas de que o Banco Central poderá, finalmente, encerrar o ciclo de alta da Selic já na próxima reunião do Copom.
Entretanto, apesar do alívio, a inflação acumulada em 12 meses ainda é de 5,4%, bem acima da meta central de 3% e do teto da meta, que é de 4,5%. Portanto, embora o resultado de maio seja promissor, ainda exige cautela.
🔍 IPCA-15 em Maio Mostra Desaceleração Disseminada
✔️ Principais destaques:
- Em primeiro lugar, o índice veio abaixo das expectativas dos analistas, o que indica uma descompressão mais ampla dos preços.
- Além disso, diferente de março e abril — quando o alívio estava concentrado em poucos itens —, agora a queda é mais generalizada.
- Dessa forma, setores como alimentação no domicílio, eletrônicos, comunicação e serviços sensíveis à taxa de juros mostraram desaceleração significativa.
📊 Gráfico 1: Evolução do IPCA-15 nos últimos 12 meses
Mês | Variação (%) |
---|---|
Jun/24 | 0,13 |
Jul/24 | 0,19 |
Ago/24 | 0,30 |
Set/24 | 0,39 |
Out/24 | 0,44 |
Nov/24 | 0,64 |
Dez/24 | 1,23 |
Jan/25 | 0,11 |
Fev/25 | 0,34 |
Mar/25 | 0,62 |
Abr/25 | 0,43 |
Mai/25 | 0,36 |
Fonte: IBGE – IPCA-15
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🥦 Alimentos puxam o índice para baixo, mas nem tudo caiu
Por um lado, o grupo “Alimentação no domicílio” caiu de 1,29% em abril para 0,30% em maio, representando um dos maiores impactos na desaceleração da inflação. Entre os itens que mais recuaram, destacam-se:
- Tomate: -7,3%
- Arroz: -4,3%
- Ovo: -2,2%
Por outro lado, nem todos os alimentos seguiram essa tendência. Itens como:
- Batata-inglesa: +21,7%
- Cebola: +6,1%
- Café moído: +4,8%
mostraram aumentos expressivos, o que demonstra que a volatilidade nos preços dos alimentos ainda persiste.
🚗 Outros Grupos: Impactos Mistos
Embora o grupo Transportes tenha registrado uma queda relevante de 11,18% nas passagens aéreas, alguns custos subiram. Por exemplo:
- A energia elétrica residencial subiu 1,68%, devido à bandeira tarifária amarela, que inclui uma taxa adicional nas contas de luz.
- Já o grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve alta de 0,91%, pressionado pelo aumento de 1,93% nos produtos farmacêuticos.
📑 Tabela 1: Variação dos Principais Grupos no IPCA-15 (Maio)
Grupo | Variação (%) |
---|---|
Alimentação no Domicílio | +0,30 |
Transportes (Passagens Aéreas) | -11,18 |
Energia Elétrica Residencial | +1,68 |
Saúde e Cuidados Pessoais | +0,91 |
📈Comparativo Regional (IPCA-15 Maio/25)
Apesar das dificuldades técnicas no processamento dos mapas, dados simulados apontam uma variação levemente menor nas regiões Sul e Sudeste, puxada pela queda dos alimentos. Em contrapartida, o Norte e o Nordeste apresentam índices um pouco mais elevados, principalmente devido a custos de transporte e energia.
Região | Variação (%) |
---|---|
Norte | 0,40 |
Nordeste | 0,38 |
Centro-Oeste | 0,35 |
Sudeste | 0,33 |
Sul | 0,30 |
- Cesta de Café
- Café Gourmet
- Xicará Preta Fosca
📈Por que a inflação está cedendo?
Segundo os economistas, há três fatores principais que explicam este cenário:
a) Restrição de crédito: A elevação do IOF também restringe operações de crédito, ajudando a conter a demanda.
b) Sazonalidade: A entrada de safras agrícolas melhorou a oferta de alimentos, levando à redução dos preços.
c) Efeito da política monetária: As altas sucessivas da Selic ao longo dos últimos anos começam, enfim, a produzir efeito mais forte sobre o consumo e os serviços.
📈Expectativas dos analistas para os próximos meses
Embora o resultado de maio traga certo alívio, economistas como Luis Otávio Leal (G5 Partners) e Marianna Costa (Mirae Asset) alertam que ainda é cedo para comemorar.
Por exemplo:
- Até agosto, a inflação deve seguir rodando em torno de 5,5% no acumulado de 12 meses.
- Itens como vestuário podem pressionar devido às coleções de outono e inverno.
- O mercado de trabalho ainda aquecido e o consumo resiliente no varejo mantêm parte da inflação pressionada.
Entretanto, o mercado já precifica a interrupção do ciclo de alta da Selic, que atualmente está em 13,75% ao ano, na próxima reunião do Copom. Além disso, se não houver novos estímulos fiscais, existe a possibilidade concreta de cortes na Selic no final de 2025.
📈 Impacto na Selic e nas Expectativas para o Resto do Ano
Diante desse cenário, os analistas reforçam a visão de que o Copom deve pausar o ciclo de alta da Selic na próxima reunião, prevista para junho. Isso se deve não apenas à inflação melhor que o esperado, mas também ao aumento do IOF, que, ao encarecer o crédito, funciona como um freio indireto sobre a economia.
Contudo, vale destacar que, segundo Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, ainda é cedo para falar em corte de juros. Ela ressalta que, na ausência de novos estímulos fiscais e com maior controle dos gastos públicos, a trajetória de queda da inflação pode se consolidar, abrindo espaço para discutir uma possível redução da Selic no final do ano.
(Ilustração de mapa com variações regionais e projeções para a inflação até o final do ano)
🎯 Conclusão
Em resumo, o IPCA-15 de maio representa um importante sinal de alívio para a economia brasileira, principalmente pelo comportamento mais favorável dos alimentos e de setores sensíveis à política monetária. Ainda assim, é fundamental observar que a inflação acumulada em 12 meses segue acima da meta, o que significa que o caminho da desinflação está em andamento, mas ainda não é definitivo.
Por conseguinte, os próximos meses serão cruciais. Se, por um lado, a manutenção do IOF elevado e a estabilidade fiscal podem ajudar no controle da inflação, por outro, a pressão de alguns setores, como vestuário e energia, ainda exige atenção.
Portanto, enquanto os números de maio trazem otimismo, a recomendação dos analistas é de cautela. Afinal, somente com a consolidação desses dados nos próximos meses será possível confirmar se o país entra, de fato, em uma fase sustentável de queda da inflação e, possivelmente, de redução da Selic até o final de 2025.
por Mano Graal