PIB Brasileiro no 1º Trimestre de 2025 é Destaque no Cenário Global
O desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no 1º trimestre de 2025 surpreendeu positivamente os mercados e os analistas internacionais. O crescimento de 1,4% no período, conforme divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), posicionou o Brasil entre os países com maior expansão econômica no mundo. Este resultado não apenas superou a média dos países da OCDE, que cresceram modestos 0,1%, como também contrastou com a retração observada em economias desenvolvidas, como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.
Portanto, em meio a um ambiente global de desaceleração, inflação persistente e tensões comerciais, o Brasil conseguiu se destacar. Este texto apresenta uma análise detalhada desse cenário, os fatores que explicam esse crescimento e as perspectivas futuras.
1. Comparativo: Desempenho do PIB Brasileiro e das Maiores Economias
De início, é fundamental observar como o crescimento brasileiro no 1º trimestre se comportou frente às maiores economias do mundo no primeiro trimestre de 2025.
🔹 Gráfico 1 – PIB do 1º Trimestre de 2025 (%) OCDE

🔍 Fonte: OCDE – Dados de maio de 2025
🔹 Mapa – Variação do PIB nas principais regiões do mundo no 1º trimestre
🟩 Crescimento: América do Sul (Brasil), Ásia (Índia, Indonésia)
🟥 Retração: América do Norte (EUA), Europa Ocidental (Portugal, Alemanha) e Ásia (Japão, Coreia do Sul)
🟨 Estagnação: Parte da Europa, Canadá e Austrália
- Dia dos Namorados
- Namorada
- Esposa
🔸 Análise do quadro acima:
- Enquanto o Brasil acelerou, economias centrais mostraram desaceleração ou até retração.
- A China, mesmo com ritmo menor, manteve crescimento sólido de 1,2%, sustentada por pacotes de estímulo iniciados em setembro de 2024.
- A média da OCDE reflete clara perda de fôlego, passando de 0,5% para apenas 0,1%, com 17 países crescendo menos que no trimestre anterior e 8 apresentando contração.
2. Por que o Brasil cresceu mais?
Vários fatores explicam esse desempenho superior do Brasil.
A. Dinamismo do agronegócio:
- A safra recorde de grãos no primeiro trimestre foi crucial. Soja, milho e algodão tiveram crescimento acima de 7% no período.
B. Retomada do setor de serviços:
- Com a inflação sob controle e aumento do consumo das famílias, os serviços – que representam mais de 60% do PIB – puxaram o crescimento.
C. Investimentos públicos e privados:
- Programas de concessões e aumento dos investimentos em infraestrutura impulsionaram setores como construção civil e energia.
D. Estabilidade monetária:
- Com a taxa Selic reduzida para 9,25%, houve mais estímulo ao crédito e ao consumo.
E. Comércio exterior favorável:
- Apesar de o aumento das importações ter pressionado negativamente o saldo do PIB, as exportações – especialmente para China e União Europeia – cresceram, favorecendo a balança comercial.
3. Mundo em desaceleração: causas e efeitos
Por outro lado, é impossível ignorar o contexto internacional de desaceleração.
a) Aumento das tarifas comerciais:
- Nos Estados Unidos, empresas anteciparam importações devido à política tarifária mais agressiva do governo Donald Trump, afetando negativamente o PIB americano.
b) Inflação persistente:
- Países europeus, Japão e Coreia do Sul enfrentaram inflação elevada, juros altos e redução da demanda interna.
c) Desaceleração da China:
- Apesar de crescer 1,2%, a economia chinesa desacelerou frente ao trimestre anterior (1,6%), pressionada por menor demanda global e pelo impacto das tarifas dos EUA.
d) Argentina em transição:
- Ainda sem divulgar os dados do primeiro trimestre, a economia argentina vive um momento de incertezas, após encolher 1,7% em 2024, embora tenha tido leve recuperação no final do ano passado (+1,4%).
4. O Brasil no ranking das maiores economias do mundo
Embora o crescimento interno tenha sido robusto, o Brasil caiu da 9ª para a 10ª posição no ranking das maiores economias globais em dólares, segundo o FMI.
Ranking Global | 2024 | 2025 (1º tri) | Projeção 2027 |
---|---|---|---|
Brasil | 9º | 10º | 9º |
🔸 Motivos da queda:
- A desvalorização do real frente ao dólar em 2024 reduziu o valor da economia brasileira quando convertido para dólares.
🔸 Contudo, no critério de Paridade de Poder de Compra (PPC):
- O Brasil permanece como a 7ª maior economia do mundo, evidenciando sua relevância quando se considera o custo de vida e o poder de compra local.
6. Perspectivas para o restante de 2025
- O Brasil deve continuar com crescimento moderado, impulsionado pela retomada dos investimentos e pela expansão do setor de serviços.
- Entretanto, fatores externos como tarifas dos EUA, possível desaceleração da China e oscilações no mercado de commodities podem impactar o ritmo no segundo semestre.
Além disso, o controle fiscal e a continuidade da política de juros em patamar mais baixo são fundamentais para sustentar esse ciclo de crescimento.
Conclusão
Em síntese, o desempenho do PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2025 reflete uma combinação de fatores internos bem conduzidos e uma certa blindagem frente às turbulências externas. Embora o país tenha perdido momentaneamente uma posição no ranking global em dólares, mantém-se firme entre as maiores economias do mundo. Mais importante do que o posto no ranking, o avanço de 1,4% demonstra que, com estabilidade econômica, controle fiscal e estímulos ao setor produtivo, o Brasil pode não apenas crescer, mas se consolidar como uma das economias mais dinâmicas em meio a um cenário global desafiador.
Portanto, os próximos meses serão decisivos para avaliar se esse desempenho se consolida e se transforma em um novo ciclo sustentável de crescimento econômico.
por Mano Graal
Fonte: OCDE / Brasil 247