Boletim Focus corta projeções para inflação em 2025

Na última segunda-feira (2), o Banco Central do Brasil divulgou mais uma edição do Boletim Focus, documento semanal que reúne as expectativas do mercado financeiro para os principais indicadores macroeconômicos do país. Entre os destaques do relatório mais recente, está o leve corte na projeção de inflação para 2025, que passou de 5,50% para 5,46%. Embora a redução pareça sutil, ela pode indicar uma percepção mais otimista dos analistas em relação ao controle de preços no médio prazo. Além disso, outras variáveis importantes como Produto Interno Bruto (PIB), câmbio e taxa Selic foram mantidas praticamente estáveis, o que sinaliza cautela diante de um cenário ainda incerto, porém moderadamente mais previsível.

Inflação: Revisão para baixo traz otimismo cauteloso

O boletim mostra que a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é um dos indicadores mais observados tanto por investidores quanto por formuladores de políticas públicas. A recente redução da estimativa para 2025 — de 5,50% para 5,46% — sugere que os analistas esperam menor pressão inflacionária, possivelmente devido a uma política monetária mais eficiente ou a uma melhora nas cadeias de suprimentos.

Ademais, vale destacar que a projeção para 2026 foi mantida em 4,29%, enquanto a de 2027 permaneceu em 4,00%. Já para 2028, houve uma leve alta: de 3,81% para 3,85%. Isso pode refletir uma visão de que, apesar de o Banco Central estar conseguindo manter a inflação sob controle no curto e médio prazo, ainda há desafios estruturais que exigem atenção no longo prazo.

Tabela 1 – Projeções do IPCA (Inflação Geral)

AnoProjeção de Inflação (%)
20255,46
20264,29
20274,00
20283,85

Além disso, os preços administrados, que englobam tarifas como energia, água e transporte público, seguem com projeções relativamente estáveis. Para 2025, a estimativa ficou em 4,57%, sendo mantida em 4,29% para 2026 e em 4,00% para 2027. Já em 2028, a expectativa é que esses preços variem 3,80%.

IGP-M também apresenta revisão para baixo

Outro indicador relevante, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), utilizado principalmente para reajustes de aluguéis, teve sua projeção para 2025 reduzida de 4,79% para 4,24%. Esta queda significativa pode estar associada à expectativa de melhora nos preços de commodities e menor volatilidade no câmbio.

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Tabela 2 – Projeções do IGP-M

AnoProjeção do IGP-M (%)
20254,24
20264,60
20274,00
20284,00

Produto Interno Bruto: projeções de crescimento estáveis

Em relação ao crescimento econômico, a mediana das estimativas para o PIB de 2025 caiu levemente, de 2,14% para 2,13%. Ainda que pequena, essa revisão reflete uma percepção de menor tração na economia brasileira nos próximos meses. No entanto, é importante destacar que as expectativas para 2026 subiram de 1,70% para 1,80%, o que pode indicar uma recuperação mais robusta à medida que a inflação recua e os juros se ajustam.

Gráfico 1 – Projeção do PIB (2025 a 2028)

Câmbio: estabilidade ainda predomina nas estimativas

As projeções para o câmbio também demonstraram estabilidade. Para 2025, a taxa esperada é de R$ 5,80 por dólar, valor mantido desde as últimas semanas. Da mesma forma, para 2026 e 2027, as previsões ficaram em R$ 5,90 e R$ 5,80, respectivamente. A única variação foi em 2028, cuja estimativa caiu levemente de R$ 5,82 para R$ 5,80.

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Tabela 3 – Projeções para o Câmbio

AnoProjeção (R$/US$)
20255,80
20265,90
20275,80
20285,80

Isso demonstra que o mercado espera uma relativa estabilidade no dólar, talvez apoiada pela manutenção da confiança nas contas externas do Brasil.

Selic: expectativa de manutenção no patamar elevado em 2025

A taxa básica de juros, a Selic, teve sua projeção mantida em 14,75% para 2025, pela quarta semana consecutiva. Isso reflete a expectativa de que o Banco Central manterá uma postura conservadora para garantir o controle da inflação. A partir de 2026, espera-se uma trajetória de queda: 12,50% em 2026, 10,50% em 2027 e 10% em 2028.

Gráfico 2 – Projeção da Taxa Selic

A persistência de juros altos em 2025, ainda que indesejável para o setor produtivo, é compreensível diante da meta de trazer a inflação para o centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Conclusão

Em resumo, o Boletim Focus desta semana revela um cenário de expectativas um pouco mais benignas para a economia brasileira, sobretudo no que diz respeito à inflação e aos indicadores de preços. Ainda que as revisões tenham sido discretas, elas reforçam a confiança do mercado no atual ciclo de política monetária. No entanto, o ambiente permanece desafiador, especialmente pela manutenção da Selic em patamares elevados e pela estabilidade do câmbio em níveis historicamente altos. Portanto, para investidores, empresários e consumidores, o momento exige cautela, mas também oferece sinais moderadamente positivos sobre a evolução do quadro econômico nacional ao longo dos próximos anos.

por Mano Graal

Fontes: Banco Central / InfoMoney

Foto: Sede do Banco Central, em Brasília – 11/06/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)