IGP-DI recua em maio e tem deflação de 0,85%
A deflação do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em maio, com uma queda de 0,85%, superou as expectativas do mercado, que projetavam um recuo de 0,66%. Esse resultado, impulsionado principalmente pela significativa baixa nos preços agropecuários, reverteu a tendência de alta de 0,30% observada no mês anterior.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou esses dados na última sexta-feira (6), oferecendo um panorama detalhado da dinâmica inflacionária no Brasil. Compreender os fatores por trás dessa deflação é crucial para analisar os rumos da economia, especialmente considerando a composição do IGP-DI, que abrange os preços ao produtor, ao consumidor e da construção civil.
O Impacto do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI)
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), responsável por 60% do IGP-DI, desempenhou um papel central na deflação de maio. O indicador registrou uma queda expressiva de 1,38%, revertendo a alta de 0,2% do mês anterior. Essa mudança drástica reflete uma dinâmica de preços mais favorável na origem da cadeia produtiva.
Influência do Setor Agropecuário
A principal força motriz por trás da queda do IPA-DI foi o recuo nos preços de produtos agropecuários. Matheus Dias, economista do FGV IBRE, destacou que itens como farelo de soja, milho em grão e bovinos foram os principais contribuintes para essa desaceleração. A redução dos custos de produção, ou o aumento da oferta, desses produtos se traduziu diretamente na queda do índice.
Matérias-Primas Brutas em Destaque
A queda nos preços das Matérias-Primas Brutas foi particularmente notável, despencando 2,86% em maio, após um recuo de 0,34% em abril. Essa aceleração da queda indica uma tendência mais consolidada de descompressão nos custos de insumos essenciais.
Para ilustrar o impacto desses itens no IPA, a tabela abaixo apresenta a variação mensal de alguns produtos-chave:
Item | Variação em Abril | Variação em Maio |
---|---|---|
Milho em grão | +0,19% | -14,29% |
Minério de ferro | -1,05% | -2,15% |
Bovinos | +4,45% | -3,54% |
Exportar para as Planilhas
Como podemos observar na tabela, o milho em grão teve uma reversão abrupta, passando de uma leve alta para uma queda significativa. Da mesma forma, os bovinos reverteram uma alta considerável para uma queda notável. O minério de ferro aprofundou sua trajetória de baixa.
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Desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
Enquanto o IPA-DI registrava uma queda expressiva, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do IGP-DI, também mostrou sinais de arrefecimento. Desse modo, o IPC subiu 0,34% em maio, uma desaceleração em comparação com a alta de 0,52% em abril.
Fatores Chave na Desaceleração do IPC
Matheus Dias explicou que o recuo de passagens aéreas e alimentos in natura foi o principal fator para a desaceleração dos preços ao consumidor. Essa combinação de fatores indica um alívio nos gastos do dia a dia para as famílias brasileiras.
Variação por Classes de Despesa
Em maio, seis das oito classes de despesa que compõem o IPC apresentaram decréscimo em suas taxas de variação, evidenciando uma desaceleração generalizada:
- Saúde e Cuidados Pessoais: de 1,41% para 0,59%
- Alimentação: de 0,72% para 0,29%
- Educação, Leitura e Recreação: de -0,36% para -0,71%
- Despesas Diversas: de 0,88% para 0,44%
- Transportes: de 0,10% para 0,02%
- Comunicação: de 0,03% para -0,34%
A única exceção foi a classe de Habitação, que teve um ligeiro aumento. Essa ampla desaceleração em diversas categorias de consumo é um sinal positivo para o poder de compra da população.
Destaques Individuais no IPC
Dois itens específicos merecem destaque pela sua contribuição para o movimento do IPC:
- O tomate registrou uma baixa de 9,09% no mês, revertendo o avanço de 16,14% observado em abril. Essa mudança abrupta no preço de um alimento básico tem um impacto direto no bolso do consumidor.
- As passagens aéreas registraram uma queda de 6,98%, aprofundando o recuo de 3,86% do mês anterior. A diminuição nos preços das passagens aéreas pode refletir uma menor demanda ou um aumento na oferta de voos.
O Desempenho do Índice Nacional de Custo de Construção (INCC)
Em contraste com os demais componentes do IGP-DI, o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) apresentou um leve aumento. Contudo, o INCC registrou alta de 0,58% em maio, superando o avanço de 0,52% do mês anterior. Esse crescimento indica que os custos relacionados à construção civil continuam em trajetória de alta, mesmo que de forma contida. Os insumos para construção, como materiais e mão de obra, continuam a exercer pressão sobre os custos nesse setor.
Conclusão
Acima de tudo, a deflação de 0,85% do IGP-DI em maio, superando as expectativas do mercado, representa um alívio importante para a economia brasileira. A Fundação Getulio Vargas confirmou a forte influência do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que recuou significativamente, impulsionado pela queda nos preços de produtos agropecuários como farelo de soja, milho em grão e bovinos. Além disso, essa descompressão nos preços na origem da cadeia produtiva se refletiu, em menor grau, no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que desacelerou sua alta devido ao recuo de passagens aéreas e alimentos in natura. Embora o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) tenha apresentado um leve avanço, a tendência geral observada no IGP-DI aponta para um cenário de arrefecimento inflacionário. Portanto, essa dinâmica, se mantida, pode abrir espaço para políticas monetárias mais flexíveis e impulsionar a recuperação econômica. Os próximos meses serão cruciais para confirmar a sustentabilidade dessa tendência e o impacto duradouro nos preços para o consumidor final.
por Mano Graal