QUEM APOIA O TARIFAÇO É ANTIPATRIOTA, UM TRAIDOR
A entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros marca um dos episódios mais tensos da relação comercial entre os dois países. Trata-se da maior tarifa aplicada pelo governo Trump a qualquer nação, atingindo diretamente setores estratégicos do Brasil. Por trás dessa atitude, figura uma clara tentativa de interferir em assuntos internos do Brasil. Nesse cenário, apoiar tal medida não é apenas um erro de análise econômica, mas um ato antipatriótico, que favorece interesses estrangeiros em detrimento da soberania nacional.
1. A medida: o que está em jogo
Em primeiro lugar, é necessário compreender a dimensão do tarifaço. A alíquota de 50% combina um acréscimo geral de 10% com uma sobretaxa específica de 40%, impactando cerca de 35% das exportações brasileiras aos EUA. Essa ação não possui caráter técnico, mas político, representando um instrumento de pressão de Donald Trump sobre o governo brasileiro, especialmente em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF. Assim, fica claro que se trata de uma ingerência externa nos assuntos internos do Brasil.
2. Exceções e seu papel estratégico
Ainda que a medida seja agressiva, a lista de 694 produtos isentos alivia parcialmente seus efeitos imediatos. O impacto médio efetivo reduz-se para 29% a 31%, segundo a Rio Bravo Investimentos. Essa estratégia dos EUA não é benevolente; pelo contrário, visa manter dependências comerciais e abrir espaço para negociações que favoreçam os interesses americanos. Paul Krugman, Nobel de Economia, destacou que a exclusão do suco de laranja — 90% importado do Brasil — é um sinal de que os EUA reconhecem sua própria necessidade desses produtos.
3. Comparação internacional: um ataque sem precedentes
Quando comparado a outros países, o Brasil recebeu a tarifa mais alta do mundo. Enquanto nações como a China (30%) e o México (25%) enfrentam taxas menores, o Brasil lidera com 50%, ficando à frente até mesmo de países com relações tensas com Washington, como Síria (41%) e Mianmar (40%). Essa tabela deixa evidente a seletividade e a gravidade do ataque ao Brasil.
Tabela 1 – Tarifas impostas pelos EUA
País | Tarifa (%) |
---|---|
Brasil | 50 |
Síria | 41 |
Laos | 40 |
Mianmar | 40 |
Suíça | 39 |
Canadá | 35 |
China | 30 |
México | 25 |
Argentina | 10 |
4. Impacto econômico no Brasil
Mesmo com as isenções, o impacto no PIB é inevitável. Projeções da Kinea estimam uma queda de 0,2 ponto percentual, enquanto a XP Investimentos prevê uma perda menor, de 0,15 ponto percentual. Por outro lado, a ministra Simone Tebet lembrou que a dependência brasileira dos EUA é limitada, com apenas 10% do agronegócio voltado ao mercado norte-americano. Isso demonstra que a diversificação de parceiros comerciais é crucial para minimizar os danos.
5. Reação do mercado financeiro
A divulgação das exceções gerou um breve alívio no mercado. O Ibovespa subiu 0,14%, o dólar recuou 0,29%, e ações como Embraer e Suzano foram impulsionadas devido à exclusão de aeronaves e celulose da nova tarifa. Contudo, a tensão persiste, e analistas recomendam cautela aos investidores, sugerindo maior alocação em renda fixa e ações resilientes, como Itaú, Petrobras e Vale.
6. O peso regional e setorial
O Nordeste será o mais prejudicado, com tarifas sobre frutas, pescados e calçados. O Centro-Oeste perde competitividade nas exportações de carnes e café, enquanto Sul e Sudeste foram parcialmente poupados graças à exclusão de produtos industriais de alto valor agregado. Essa desigualdade agrava o cenário regional, exigindo do governo uma resposta rápida para conter os danos.
7. Negociações e alternativas
O governo brasileiro já acionou a Organização Mundial do Comércio e busca renegociar as tarifas sobre produtos estratégicos como café, cacau e carnes. Paralelamente, estados como Goiás e São Paulo anunciam linhas de crédito para amparar empresas prejudicadas. No entanto, as tensões políticas entre Trump e Lula podem dificultar qualquer avanço no curto prazo.
8. O que significa apoiar o tarifaço
Defender tal medida é ignorar o ataque direto à economia nacional e, principalmente, à soberania do Brasil. Apoiar Trump nesse contexto é, em essência, alinhar-se a um interesse estrangeiro que visa enfraquecer o país, o que caracteriza uma postura antipatriótica e, para muitos, traiçoeira. Não há justificativa plausível para que um brasileiro aceite passivamente um ato que coloca em risco a própria independência econômica do país.
Conclusão
O tarifaço de Trump não é uma política comercial comum; é um instrumento de pressão que fere a soberania brasileira. Apoiá-lo significa trair os interesses do Brasil em benefício de um governo estrangeiro. Nesse momento, mais do que nunca, é preciso unir forças — governo, empresas e sociedade — para resistir a essa investida e proteger os setores mais vulneráveis da economia. Defender o Brasil significa rejeitar essa tarifa e buscar soluções que fortaleçam nossa posição no cenário internacional.
por Mano Graal
Fonte: InfoMoney
Imagens: Canvas IA