IBOVESPA INICIA SETEMBRO COM VALORIZAÇÃO
A primeira semana de setembro no mercado financeiro foi marcada por ganhos no Ibovespa, que registrou uma valorização acumulada de 0,9% em reais e em dólares, encerrando aos 142.640 pontos, um novo recorde histórico para o principal índice da Bolsa brasileira. Esse desempenho não ocorreu por acaso, mas sim em função de um conjunto de fatores que, combinados, reforçaram o otimismo dos investidores. No cenário internacional, o enfraquecimento dos dados do mercado de trabalho norte-americano trouxe uma nova percepção sobre o futuro da política monetária dos Estados Unidos. Já no cenário doméstico, a divulgação do PIB e os desdobramentos políticos em torno do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro adicionaram camadas de expectativa e volatilidade. Assim, a semana demonstrou mais uma vez como variáveis globais e locais se entrelaçam na formação dos preços dos ativos.
1. Dados de emprego nos EUA e impacto global
Inicialmente, é importante destacar que os dados de mercado de trabalho dos Estados Unidos foram os grandes protagonistas da primeira semana de setembro. O relatório JOLTS revelou, pela primeira vez desde a pandemia, um quadro em que há mais desempregados do que vagas abertas, sinalizando uma fragilidade estrutural no mercado de trabalho americano. Em sequência, o relatório ADP, que mede a criação de empregos no setor privado, também apresentou um desempenho aquém do esperado, reforçando a percepção de enfraquecimento. Contudo, o maior impacto veio com o Payroll, que surpreendeu negativamente ao apontar a criação líquida de apenas 22 mil vagas, muito abaixo das 75 mil previstas.
Dessa forma, investidores passaram a acreditar que o Federal Reserve poderá adotar uma postura mais branda (dovish) daqui em diante. Prova disso foi a reprecificação das expectativas de mercado: a probabilidade de um corte de 0,50 ponto percentual na próxima reunião do FOMC subiu de 0% para 11%, enquanto aumentaram também as chances de três cortes adicionais ao longo de 2025, segundo dados do CME Group. Esse cenário, portanto, abre espaço para maior apetite por risco em mercados emergentes como o Brasil.

2. Reação imediata do mercado
Como consequência direta dos dados norte-americanos, os ativos globais reagiram de maneira quase instantânea. No Brasil, o Ibovespa registrou alta expressiva de 1,2% na primeira sexta-feira (5) de setembro, justamente no dia da divulgação do Payroll, levando o índice a renovar suas máximas históricas. Ao mesmo tempo, o mercado cambial também se ajustou: o dólar recuou 0,6% e encerrou a semana cotado a R$ 5,41, favorecido pelo aumento da atratividade dos ativos domésticos.
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Adicionalmente, é importante observar que a melhora no fluxo de capitais para países emergentes não beneficiou apenas a Bolsa, mas também impactou títulos públicos e o mercado de renda fixa. O alívio na percepção de risco global reduziu os prêmios exigidos pelos investidores, ampliando a confiança na estabilidade da economia brasileira.

3. Cenário doméstico: economia e política
Paralelamente, no ambiente doméstico, indicadores econômicos e fatos políticos também ganharam relevância. Do ponto de vista macroeconômico, o PIB do 2T25 avançou 0,4%, superando levemente as expectativas de mercado. Todavia, esse crescimento ainda reflete um processo de desaceleração econômica, já que os setores mais dependentes de crédito — como construção civil e consumo — seguem pressionados pelo custo elevado do financiamento.
Além disso, o cenário político continuou a gerar debates intensos. O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro ocupou espaço central nas discussões, ao mesmo tempo em que agentes do mercado já começam a antecipar estratégias para o chamado “trade eleitoral” de 2026. Assim, investidores se mostraram cautelosos, mas atentos a possíveis movimentos que possam alterar a trajetória de médio prazo dos ativos brasileiros.

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4. Destaques corporativos da semana
Ao mesmo tempo, o noticiário corporativo foi marcado por fortes oscilações em ações específicas. O principal destaque positivo foi a Cosan (CSAN3), que registrou valorização de 24,8%, impulsionada pelo anúncio de que busca novos investidores para a Raízen (RAIZ4), companhia que também avançou 9,4% na semana. Esse movimento reforça o compromisso da Cosan com a melhoria de sua estrutura de capital e foi recebido com entusiasmo pelos investidores.
Por outro lado, o destaque negativo ficou por conta da Brava (BRAV3), que recuou 8,6% em função da queda nos preços internacionais do petróleo. Esse cenário refletiu não apenas a menor demanda global, mas também a perspectiva de maior oferta da commodity, o que pressionou os papéis da companhia.
📊 Tabela 1 – Principais destaques da semana
Ação | Variação (%) | Motivo |
---|---|---|
CSAN3 | +24,8% | Busca de investidores para a Raízen |
RAIZ4 | +9,4% | Expectativa de capitalização |
BRAV3 | -8,6% | Queda do petróleo |
IBOV | +0,9% | Fluxo positivo de capital |
5. Fluxo estrangeiro e valorização do real
Outra consequência relevante foi o aumento do fluxo estrangeiro para a Bolsa brasileira. Como investidores globais buscaram diversificação diante da possibilidade de cortes nos juros norte-americanos, o real se fortaleceu, favorecendo exportadores e setores ligados a commodities. Além disso, o movimento colaborou para reduzir a percepção de risco cambial e ajudou a manter as expectativas inflacionárias ancoradas.

📊 Gráfico 3 – Variação do real x dólar (set/2025)
6. Perspectivas para a próxima semana
Olhando para além de setembro, o mercado deverá concentrar sua atenção em novos dados econômicos e discursos de autoridades monetárias. Entre os indicadores, merecem destaque a divulgação do IPCA no Brasil e do CPI nos EUA, que poderão confirmar ou ajustar as expectativas de inflação. Ademais, a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) também será acompanhada de perto, pois sinalizará o ritmo da política monetária global. Finalmente, os desdobramentos políticos internos, sobretudo relacionados ao ex-presidente Bolsonaro, continuarão a influenciar o humor dos investidores.
📊 Tabela 2 – Agenda econômica da próxima semana
Data | Indicador | Local | Expectativa |
---|---|---|---|
10/09 | IPCA (ago) | Brasil | +0,3% |
11/09 | CPI (ago) | EUA | +0,2% |
12/09 | Decisão de juros do BCE | Zona do Euro | Manutenção |
Conclusão
Em conclusão, a primeira semana de setembro foi marcada por uma combinação de fatores que reforçaram a confiança do mercado brasileiro. Os dados mais fracos do mercado de trabalho nos EUA abriram espaço para um cenário de juros mais baixos, favorecendo ativos de risco. Simultaneamente, o PIB levemente acima das expectativas e as movimentações corporativas, como a valorização da Cosan, trouxeram um tom positivo adicional. Apesar disso, o ambiente político segue como fator de incerteza que pode gerar oscilações nos próximos meses. Assim, investidores devem manter cautela, mas a tendência de curto prazo permanece favorável, sobretudo se a postura mais dovish do Federal Reserve se confirmar.
por Mano Graal
Fontes: Expert XP
Imagens: ChatGPT / Canva IA