RALI DO IBOVESPA? QUEM GANHOU E QUEM PERDEU?
O recente rali do Ibovespa, que acumulou quinze pregões consecutivos de alta, representa um fenômeno raro e, portanto, extremamente relevante para investidores que acompanham atentamente os ciclos da bolsa brasileira. Além disso, essa sequência elevou o índice a 158.467 pontos, renovando sua máxima histórica e ampliando substancialmente o otimismo no mercado doméstico. Ainda que a sequência tenha sido brevemente interrompida em 12/11, com uma leve queda de –0,07%, o avanço acumulado de 9,40% no intervalo reforça a força do fluxo comprador. Como consequência, o principal índice da bolsa brasileira já soma mais de 31% de valorização em 2025, consolidando um ambiente mais confiante e propenso ao risco.
Contexto técnico: a força expressiva e o alerta necessário
Para compreender o movimento de forma mais consistente, é essencial observar indicadores técnicos que ajudam a diagnosticar a intensidade do rali. Nesse sentido, o rompimento firme da região psicológica dos 150 mil pontos sinalizou uma mudança de patamar e confirmou a tendência positiva de médio prazo. Contudo, à medida que o índice subia aceleradamente, ele também se afastava das médias móveis, indicando esticamento. Como resultado, o Índice de Força Relativa (IFR 14) atingiu 86,64 pontos, nível que aponta sobre compra. Assim, embora o movimento demonstre força, ele também sugere a possibilidade de correções técnicas antes de novas tentativas de romper o topo histórico.

Esse quadro, portanto, reforça que investidores devem combinar entusiasmo com cautela.
3. Mapa conceitual: os motores do rali em detalhe
Embora o rali pareça ter surgido de forma abrupta, ele se apoia em pilares macroeconômicos e setoriais sólidos. Assim, o movimento resulta da convergência de fatores internos e externos que elevaram o apetite ao risco.

Esse mapa mostra como o rali é multifatorial e interdependente.
4. As ações que mais subiram: quem realmente puxou o índice
Durante o período entre 22/10 e 12/11, exatamente 11 ações se destacaram por subirem mais de 15%, com forte contribuição dos setores financeiro, energético e de construção civil. Ademais, muitas dessas empresas já vinham apresentando melhora operacional, o que ampliou o apetite do investidor institucional.
Tabela 1 – Maiores altas no período
| Ticker | Variação (%) | Setor |
|---|---|---|
| MBRF3 | +33,42% | Financeiro |
| TAEE11 | +23,02% | Energia |
| MRVE3 | +22,59% | Construção |
| BRKM5 | +19,54% | Petroquímico |
| SANB11 | +18,34% | Financeiro |
| VAMO3 | +18,39% | Transporte |
| RADL3 | +16,70% | Varejo Farmacêutico |
| ENEV3 | +16,67% | Energia |
| AZZA3 | +15,33% | Tecnologia |
| RENT3 | +15,29% | Locação |
| CYRE3 | +15,80% | Construção |
Análise aprofundada
- MBRF3, por exemplo, liderou com disparada expressiva devido à combinação de resultados robustos e ajustes positivos nas projeções de lucro.
- TAEE11, por outro lado, ganhou força porque investidores buscaram ativos de energia elétrica diante da previsibilidade de dividendos.
- MRVE3 e CYRE3 surfaram a expectativa de crédito mais acessível em 2026, impulsionando todo o setor de construção civil.
- Enquanto isso, BRKM5 refletiu a recuperação gradual da indústria petroquímica global.
5. Ações que não acompanharam o ritmo: o lado menos celebrado do rali
Mesmo com a forte escalada do índice, 8 ações caminharam na direção oposta. Em geral, esses papéis enfrentaram desafios próprios de seus setores, além de volatilidade externa que comprometeu seu desempenho.
Tabela 2 – Maiores quedas no período
| Ticker | Variação (%) | Observação |
|---|---|---|
| POMO4 | –21,13% | Margens pressionadas |
| NATU3 | –8,72% | Reestruturação lenta |
| RECV3 | –7,01% | Oscilações do petróleo |
| BEEF3 | –6,28% | Exportações menores |
| RAIZ4 | –3,12% | Ajustes no setor |
| PSSA3 | –2,62% | Baixa expansão de prêmios |
| EMBJ3 | –1,47% | Ajuste pós-balanco |
| SMFT3 | –1,11% | Oscilações típicas |
Análise detalhada
- POMO4, por exemplo, sofreu devido a incertezas sobre demanda no setor automotivo pesado.
- NATU3 continua em um processo de reestruturação operacional que ainda não convence o mercado.
- RECV3 enfrentou pressão por conta da volatilidade do petróleo.
- Empresas ligadas a exportação, como BEEF3, também foram impactadas por fluxos internacionais desfavoráveis.
6. Visualização geral do desempenho
Gráfico ASCII – Distribuição das variações (%)

Essa distribuição demonstra que o rali foi amplo, mas não unânime.
7. Impactos diretos no investidor e no mercado
Como consequência direta desse rali, o investidor brasileiro recupera confiança e amplia sua disposição para alocar recursos em renda variável. Ademais, a forte valorização dos setores financeiro, energia e construção sugere um ciclo de retomada que pode se prolongar caso o cenário de cortes de juros em 2026 se confirme. Em paralelo, o investidor que manteve uma carteira diversificada conseguiu capturar de forma mais consistente os ganhos do período.
8. Conclusão
Em síntese, o rali que levou o Ibovespa a uma sequência histórica de quinze altas consecutivas representa um marco no mercado financeiro brasileiro. Embora algumas ações não tenham acompanhado o movimento, a maioria dos componentes do índice apresentou desempenho notável. Portanto, o balanço final revela não apenas força, mas também seletividade, destacando a importância de análise profunda e diversificação para capturar oportunidades em ciclos de alta.
por Mano Graal
Fonte: InfoMoney
Imagens: ChatGPT













